O sentido do esquecimento

 


A palavra "esquecimento", para a Psicanálise não existe! Aquilo que se pensa que está "esquecido" não foi varrido de dentro para fora de nós mesmos. Fica no Inconsciente.

Existe, entretanto uma causa determinante, que afasta o " fato" a ser esquecido", atirando-o para o Inconsciente.

Podemos prevêr e, ainda mais, com base em quase duas décadas de Clínica Psicanalítica que esta causa na verdade   REPRIME AS IDEIAS que (para cada pessoa são indignas) da nossa consciência.

Estes fatos ou ideias, são as chamadas "ideias recalcadas"; por isso, no sistema Inconsciente, por ser impossível eliminá-las da vida Psíquica, sem que a consciência venha a saber o que são, o que representam, o que traduzem. Eis aí um  dos trabalhos do Clínico Psicanalítico.

Um elemento psíquico nada representa em si mesmo. A consciência não pode, por isso, compreendê-lo isoladamente. Ele há de estar "emaranhado" com tantos outros.

Um Psicanalista nada mais faz do que desembaraçar os nós, o que consegue pelo Livre Associação de Ideias (uma ou senão a principal terapia clínico - psicanalítica).

As ideias recalcadas, impregnadas de sentimento afetivo, são forças incoercíveis, as quais, aumentando a tensão de suas energias, vencem por IMPULSOS a resistência, burlando a censura (papel do pré-consciente) e entram em conflito com o EGO.

Assim, as nossas repressões, apesar de serem  presas no sistema Inconsciente, procuram por todos os meios o caminho do Consciente, a fim de encontrar guarida.

Diz-se então que o "conteúdo recalcado" (preso no inconsciente) não se conforma com isto.

E, resumo: o esquecimento na verdade são ideias, impulsos, vontades, desejos que no fundo, em nossa mente consciente até podem ser insignificantes mas, ficam lá no Inconsciente se manifestando de várias maneiras, como por exemplo o surgimento de neuroses, repulsas.

A titulo de exemplo: quando alguém apresenta algum tipo de repulsa extrema, a algum tipo de comportamento social,  sexual, enfim, no fundo a própria pessoa carrega consigo - em seu inconsciente (sem saber) aquela vontade de fazer  o que o outro que lhe causa repulsa faz. Mas não faz porque a vontade está recalcada.

Se eu não posso, porque o outro(a) pode?  Ai está uma manifestação do maravilhoso mundo do inconsciente humano.

"O que foi dito ou feito quando se está bêbado, foi pensado e desejado quando se estava sobrio" ( Dr Sigmund Freud)

Se desejar entender um pouco  mais sobre o que é inconsciente e consciente e as instâncias psíquicas, leia aqui um artigo sobre o tema.

(Gilberto Luiz de Souza - Psicanalista Clínico - Professor de Psicanalise)

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